Crítica ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Filme: ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
(Blindness)
Ano: 2008
Dirigido por: Fernando Meirelles
Elenco: Julianne Moore, Danny Glover, Alice Braga, Mark Ruffalo, Gael García Bernal, Don McKellar, Maury Chaykin, Martha Burns.
Fernando Meirelles são um dos poucos diretores brasileiros a possuírem uma certa “moral” no universo hollywoodiano. Diretor de grandes filmes como O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus, Meirelles retorna agora com Ensaio Sobre a Cegueira, filme baseado na obra literária de José Saramago. Apesar dos tropeços de roteiro, o longa consegue impacta e prender a atenção em alguns momentos, e faz o telespectador até refletir sobre o sentido de uma vida.
Uma inédita e inexplicável epidemia de cegueira atinge uma cidade. Chamada de "cegueira branca", já que as pessoas atingidas apenas passam a ver uma superfície leitosa, a doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se alastra pelo país. À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo Estado começam a falhar as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. Nesta situação a única pessoa que ainda consegue enxergar é a mulher de um médico (Julianne Moore), que juntamente com um grupo de internos tenta encontrar a humanidade perdida.
Durante o decorrer do longa, o telespectador ao ver a situação vivida pelas pessoas, começa a sentir uma certa melancolia e até um pequeno pingo de desespero, criando uma certa esperança para que tais pessoas voltem a ver de novo, só que, ao mesmo tempo sentimos a sensação de não haver solução para tal doença e que aquelas pessoas ficarão cegas pelo resto da vida. Confesso que não tive oportunidade de ler o livro de Saramago, porém, o que mais me encantou no filme foram às cenas onde é mostrada uma cidade sem movimento, apenas com pessoas tentando lutar pela sua sobrevivência, e uma coisa, todas estão cegas. Aquilo me fez pensar o tanto que é importante preservarmos a vida e o tanto que é inútil as coisas materiais deste mundo, pois naquela situação percebam que carros, televisão, computadores, celulares não servem de nada, cada pessoa se preocupa somente em permanecer vivo.
O falha do filme se concentra em sua história. A falta de informação que temos sobre a doença é insignificante, e este fator acaba prejudicando no desfecho que além de fraco não possuí o mesmo impacto que o resto do longa. E o filme se concentra muito nos doentes em quarentena e esquece a situação vivida pelo resto da população, e muitas vezes esta embromação acaba prejudicando a dinâmica do filme tornando-o cansativo.
O elenco já é um ponto positivo do longa. Julianne Moore é responsável por segurar de ponta a ponta a parte dramática do filme. A única pesssoa não infectada pela cegueira (outro acontecimento sem explicação) e que foi colocada em quarentena, sua atuação é de tirar o chapéu, pois a atriz consegue transmitir com êxito os sentimentos e tristeza de sua personagem perante a situação. Pena que sua falta de atitude diante de alguns acontecimentos na prisão seja algo também insignificante.
Fernando Meirelles não acertou 100% com este filme, entretanto, apesar dos deslizes e momentos fracos do roteiro, Ensaio Sobre a Cegueira consegue emocionar e passar uma mensagem forte e tocante. E além do diretor brasileiro, temos a presença de Alice Braga, também ótima em sua atuação.
Nota:
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Por Matheus C. Vilela
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