Crítica X-MEN ORIGENS: WOLVERINE


Filme: X-MEN ORIGENS: WOLVERINE
(X-Men Origins: Wolverine)

Ano: 2009

Dirigido por: Gavin Hood

Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Ryan Reynolds, Danny Huston, Taylor Kitsch, Will. i. am, Tim Pocock, Troye Sivan, Tahyna Tozzi, Dominic Monaghan, Julia Blake, Max Cullen.

Nos últimos anos temos visto uma onda de adaptações que não é brincadeira. 85 por cento de todos os filmes produzidos por Hollywood são adaptados de algum livro, de algum gibi ou de algum jogo de vídeo game. E Hollywood achou nisto, uma forma de ganhar dinheiro e de elevar ao topo a carreira de astros e estrelas, principalmente nas adaptações que provém de histórias em quadrinhos. E com a crise econômica batendo na porta de muitos, a onda de adaptações deverá aumentar mais ainda nos próximos anos, e não que isso seja ruim, pois em muitos casos o resultado final é satisfatório e compensa, se tornando até uma obra prima como foi o caso de Batman – O Cavaleiro das Trevas lançado em 2008. Já em outros o resultado é catastrófico e desastroso, como aconteceu com Elektra, O Motoqueiro Fantasma, Max Payne e dentre outros.

Neste ano de 2009 quem começou a temporada de blockbusters (nome oferecido a filmes de grande produção, que geralmente é o caso das adaptações) foi à adaptação da HQ considerada a melhor de todos os tempos, Watchmen. E agora entra em cartaz o filme “X-Men Origens: Wolverine”, onde é contada a história de Wolverine antes deste se ingressar no grupo de mutantes denominado X-Men.

A primeira aparição de Wolverine foi no ano de 1974 na revista The Incredible Hulk edição #180, e este não passava de um mero coadjuvante servindo apenas para colocar mais graça nas batalhas do gigante verde. Wolverine hoje não seria tão famoso se não fosse por Len Weind (criador do super herói) e pelo desenhista Dave Cockrum, que tomaram a decisão de colocá-lo no universo dos X-Men às pressas para resgatar as “crias” originais do Professor Xavier, que foram capturados por Krakoa, a ilha viva. E depois de três filmes do grupo de mutantes lançados respectivamente nos anos 2000 (bom), 2003 (bom) e 2006 (fraco) o personagem se consagrou como um dos super heróis mais conhecidos e influentes da cultura pop.

A história de “X-Men Origens: Wolverine” segue centrada e focalizada obviamente no mutante Wolverine, contando sua vida antes de ser cobaia no projeto Arma X até um pouco antes de ser chamado pelo Professor Charles Xavier para participar dos X-Men. O longa não saí do estereotipo de filmes de super heróis, sempre com muita ação, pitadas de humor na hora das lutas e com uma historinha de fundo já conhecida por todos, ou seja, aquela historinha de super herói salva a mocinha e destrói o vilão.

Neste momento vou sair um pouco do tema Wolverine para explicar um assunto que muitos questionam. A história de Batman O Cavaleiro das Trevas todos sabem que foi muito elogiada pela crítica e pelo público. Mais o que a história do longa tem de diferente se comparada com o enredo de outros filmes de heróis como Super Homem, Homem Aranha, X-Men e até este X-Men Origens: Wolverine? A resposta para esta pergunta é NADA, não tem absolutamente nada de diferente, mais o filme do homem morcego conseguiu pegar um historinha clichê e criar no telespectador aquela dúvida sobre se o herói irá sobreviver no final ou não, ou se irá salvar a mocinha ou não (fato que no final não aconteceu), coisa que os filmes de super heróis não estão conseguindo passar mais. Por isso que O Cavaleiro das Trevas foi tão elogiado, pois pegou uma história clichê e a transformou em algo inesperado e totalmente bem realizado.

Voltando ao assunto do filme “X-Men Origens: Wolverine”, a história do longa como já foi dito antes, possui um fundo clichê e previsível, sendo contada de forma irregular. O roteiro não sabe o que fazer com os personagens, criando desfechos forçados e infiéis aos gibis do herói (destaque para os "laços familiares" entre Dentes de Sabre e Wolverine e o ocorrido com Deadpool) .

Agora, as cenas de ação são fantásticas e de tirar o fôlego. Sempre com câmeras lentas e lutas corpo a corpo, os confrontos entre Wolverine e Dentes de Sabre se consagram como um dos melhores momentos do longa. E a química entre ambos não soa em nenhum momento forçada, apesar dos laços familiares meio que desnecessários.

Os efeitos visuais não são aquela maravilha toda, mais de modo geral, são bem feitos e ajudam em muitas cenas, como por exemplo: na explosão do helicóptero, nas garras de Wolverine, etc. É o detalhe que merece elogios e acrescenta pontos positivos para a fita.

Tanto o terceiro X-Men quanto este Origens possuí algo bem diferente dos dois primeiros filmes dirigidos por Bryan Singer: a fotografia. Aqui, a fotografia não possuí o mesmo tom dark de X-Men - O Filme e X-Men 2, e para mim, acho que é uma mudança infeliz. Todo aquele ambiente criado por Bryan Singer colaborava com o tom dos personagens e em manter aquele ambiente tenso vivido pelos heróis. Já esta fotografia de Gavin Hood não ajuda em nada os personagens, e apesar de criar uma seqüencia inicial primorosa, ela acaba que soando como algo bem comum e sem originalidade.

O elenco do longa já é um detalhe bem eficaz. Hugh Jackman continua muito bem como Wolverine. O ator é realmente o Wolverine. Sempre seguro e confiante no seu papel, Jackman não deixa os efeitos digitais apagarem seu desempenho e sempre transmite ao público uma simpatia sensacional. Liev Schreiber também merece elogios por criar um Dentes de Sabre totalmente diferente do criado em 2000 no filme X-Men. Aqui ele é inteligente e seguro nos seus objetivos, e não um capanga aparvalhado que só sabe obedecer ordens e ficar calado. Taylor Kitsch é outro que soa à vontade no seu papel como Gambit, mais no filme, seu personagem não é aproveitado de forma correta na história e nem usado nas cenas de ação, ficando apenas como um mero coadjuvante que fica encarregado somente de salvar os mutantes adolescentes em perigo. Uma pena, pois em sua primeira adaptação em carne e osso para o cinema, Gambit é esquecido e deixado de lado.

Apesar das mudanças se comparado com os HQs do herói, e o lado comercial do longa , X-Men Origens: Wolverine também decepciona no quesito: saber usar seus personagens. Os mutantes coadjuvantes do longa são apagados e suas aparições servem apenas para ajudar nas vendas dos brinquedos provenientes do filme.

O longa dirigido por Gavin Hood peca na historia e no desenrolar dela, mais acerta na ação e na belíssima produção (coisa que ninguém pode negar).

Nota:

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Por Matheus C. Vilela


2 Response to "Crítica X-MEN ORIGENS: WOLVERINE"

  1. Renato says:

    Eu não daria uma nota tão alta, porém, é um bom filme, se for encarado como um adaptação MUITO adaptada

    tambem acho mais eu sou mais radical e falo q a adaptaçao ta um merda e chega a ser um ensulto para fans de personagens que foram tao ridicularizado no filme daria um 6,0 pelos efeitos e açao mais 0,1 para a historia

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