RECENTE NAS LOCADORAS

AMOR SEM ESCALAS****

(Up In The Air, 2009/EUA)
Dirigido por: Jason Reitman

Jason Reitman possui uma filmografia pequena, porém, muito competente. Reitman iniciou sua carreira na direção com o filme "Obrigado Por Fumar", e dali em diante realizou mais dois trabalhos dignos de serem vistos e principalmente, dignos de nosso reconhecimento. Juno, lançado em 2007 e que concorreu ao Oscar de Melhor Filme, e ano passado este Amor Sem Escalas, que ao lado de seu filme de estreia é um dos melhores de sua carreira.

O nome AMOR SEM ESCALAS pode vender uma imagem errada do objetivo real do filme. O longa não é em nenhum momento uma fita de "romance" ou uma "comédia romântica", e sim, um drama tocante que trata de temas intensos como: solidão e família. Aqui, o personagem de George Clooney têm como profissão ir em empresas cortar gastos despedindo os funcionários, e com isto, sua vida resumi-se praticamente em inúmeras viagens de avião e pouco contato com os amigos e familia. E depois de sua empresa receber, de uma nova funcionária, uma idéia capaz de realizar as demissões sem precisar viajar de avião, Ryan Binghan vê-se ameaçado em ter de ficar em terra firme contemplando o que realmente é ter um lar, uma idéia agradável mais ao mesmo tempo aterrorizante. E com isso, decide provar que tal revolução não ajudará em nada e que é uma ofensa à pessoa demitida, e assim, recebe a missão de treinar esta nova funcionária levando-a consigo em suas viagens e provar que tal tarefa deve ser feita cara a cara com o individuo, e não de uma forma cruel e virtual através de uma vídeo conferência.

O filme é uma adaptação do livro escrito por Walter Kim, e um dos grandes êxitos do longa, é justamente não optar por escolher o caminho do romance ou da comédia romântica. Temos um personagem com sérios problemas sentimentais, que é distante de familia e amigos e é acostumado somente com viagens, hotéis e comidas de avião. E ao receber a tarefa de ajudar uma nova funcionaria, encontramos ali um refugio para o personagem superar seus problemas tendo uma amiga presente, entretanto, este parece não saber como sair de sua rotina diária e começar uma nova vida em terra firme, com uma casa fixa, amigos e família. E a partir daí, Jason Reitman desenvolve está história de uma forma tocante e conquistadora, mostrando como nós seres humanos somos capazes de prender nossa vida ao trabalho e esquecer das coisas boas que nela existe, e tudo, acompanhado de uma trilha fabulosa que ajuda ainda mais para a emoção do filme.


E além dessas qualidades presentes na dramatização de Amor Sem Escalas, outra grande qualidade do roteiro é nunca ficar dando lições de morais ou pender-se para o lado político, detalhe que tinha tudo para acontecer. O filme se passa numa época de crise financeira e nosso personagem principal têm como profissão cortar gastos despedindo os funcionários da empresas, e apesar de ter momentos chatos onde estes começam a dar força de vontade para algumas pessoas que foram demitidas, sendo uma forma indireta de falar com o povo norte americano que está sofrendo com a crise e o desemprego, Jason Reitman não deixa que isto torna-se algo relevante para história, e rapidamente, apaga o ocorrido.

E um detalhe que eu acho desnecessário e que algumas pessoas me criticaram por ter dito isto no video, é que não considero muito importante para a história a personagem interpretada por Vera Farmiga. Ela também viaja de avião constantemente e tanto ela quanto Clooney sempre dão um jeito de fazerem suas escalas coincidirem para se encontrarem, mais o roteiro explora tão pouco sua personagem que quase não nos identificamos com ela. Sua atuação é ótima, mais se sua personagem tivesse ou não ali o drama de Clooney continuaria intenso, mesmo ela sendo o interesse romântico dele.

Amor Sem Escalas é um filme que merece ser visto com certeza, uma história emocionante contada com muito humor e simplicidade. Anna Kendrick e Vera Farmiga estão ótimas e George Clooney nos mostra uma de suas melhores interpretações e um de seus melhores filmes, onde este consegue transmitir com muita competência a solidão e sofrimento vivido por seu personagem, e isto, sempre de forma fechada para com a vida. Vale a pena assistir!

ZUMBILÂNDIA***
(Zumbiland, 2009/EUA)
Dirigido por: Ruben Fleischer

Por causa de um sanduiche contaminado, um virus que transforma as pessoas em zumbis começa a se espalhar pelos Estados Unidos. No filme temos um nerd adolescente que possui suas regras de sobrevivência para conseguir manter-se vivo, um cara fodão chamado Tallahassee que não têm medo de nada e ama matar zumbis. Os dois trabalham juntos para sobreviverem e partem numa viagem em busca de um Twinkie, um bolinho de recheio cremoso que Tallahassee está doido para comer. No meio do caminho encontram duas meninas que também lutam por sua sobrevivência e que acabam se unindo a eles.

Zumbilândia é uma comédia de zumbis cheia de ação e acontecimentos bem divertidos. O diretor Ruben Fleischer realiza tomadas de câmeras empolgantes, ágeis e cria um filme agradável e competente. Entretanto, Zumbilândia é apenas uma diversão. Não possui uma grande história e seus personagens vagam sem objetivo algum. A única coisa que interessa é a diversão, a comédia e a empolgação das cenas. E apesar de ter um elenco bem escalado e animado, a melhor coisa do filme é Bill Murray interpretando ele mesmo. O ator faz uma aparição rápida mais é o responsável pelos melhores momentos cômicos do filme. É simplesmente inesquecível Murray no fita.

Finalizando então, Zumbilândia vale como uma diversão. Não é uma comédia hilária e memorável, é apenas algo divertido e que têm suas qualidades. Por causa do sucesso da fita, provavelmente teremos uma continuação, e espero que no próximo façam uma história mais elaborada e personagens melhores desenvolvidos. Mais vale a pena ver pelo ótimo elenco, e principalmente, pelo sr. caçador de fantasmas. Prefiro mais o humor pastelão e histérico de Planeta Terror.

Críticas por Matheus C. Vilela

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