RECENTE NAS LOCADORAS

INVICTUS***

(Invictus, 2009/EUA)
Dirigido por: Clint Eastwood

Sinopse: Recém-eleito, o presidente Mandela sabe que seu país permanece dividido racial e economicamente após o fim do apartheid. Acreditando ser capaz de unificar a população por meio da linguagem universal do esporte, Mandela apóia o desacreditado time da África do Sul na Copa Mundial de Rúgbi de 1995, que faz uma incrível campanha até as finais.

Acho que é óbvio para todo mundo o grande talento de Clint Eastwood para com as cameras. Além de ser um excelente ator, Eastwood também já provou diversas vezes sua grande maturidade para com a direção e presenteou o cinema com maravilhas como: "Os Imperdoáveis", "As Pontes de Madison", "Sobre Meninos e Lobos", "Menina de Ouro" e outros filmes inspiradores. E agora, em 2009, Eastwood decidiu mostrar ao planeta um período da vida de Nelson Mandela onde este, já eleito presidente e com o apartheid terminado, decide unificar a população por meio da força do esporte e acabar ali, com o resto do preconceito existente.

E sempre em seus filmes Eastwood aborda temas fortes e humanos com o intuito de mostrar ao público a importância de termos uma mente aberta, disposta a mudar e seguir novos caminhos. E tendo um personagem como Mandela no filme, isso é simplesmente indispensável. E por menos que o filme não seja seu melhor trabalho nos últimos anos, Eastwood mantém o pulso firme na direção e cria uma fita envolvente, empolgante e que consegue cumprir com êxito seu intuito. Apesar de existir aquela exaltação à figura de Mandela e mostrá-lo sem defeitos e não explorar suas dificuldades (que são apenas mostradas rapidamente), Invictus não é um filme, necessariamente, sobre a vida de Nelson Mandela, e sim, da perseverança deste homem por unificar uma nação através de uma copa de rugbi, ou seja, do esporte.

Agora, o grande destaque e a melhor coisa de "Invictus" fica a cargo da atuação de Morgan Freeman. O ator sempre teve jeito e características fortes de alguém perfeito para interpretar Mandela, e aqui, ele comprova ainda mais esse fato. Além de mudar todo o seu jeito de andar, de falar e de agir, sentimos através de Freeman uma identificação fantástica por Mandela. Vemos ali uma figura paterna que foi o causador da maior revolução da África, e que além de ser realmente um herói para essa nação, mostra-se digno de todo nosso respeito e carinho, e Freeman transmite isso com 100% de perfeição.

Então, vale a pena assistir ao filme tanto por ser de Clint Eastwood quanto pela atuação maravilhosa de Morgan Freeman. Mesmo que tenha seus defeitos e suas falhas, Invictus é um trabalho conquistador e contagiante, e tudo isso melhora ainda mais com essa época de Copa da África. Vale a pena.

EDUCAÇÃO**
(An Education, 2009/EUA)
Dirigido por: Lone Scherfig

Sinopse: Jenny tem 16 anos e vive com a família no subúrbio londrino, em 1961. Inteligente e bela, sofre com o tédio de seus dias de adolescente e aguarda impacientemente a chegada da vida adulta. Seus pais alimentam o sonho de que ela vá estudar em Oxford, mas a moça se vê atraída por um outro tipo de vida. Quando conhece Danny, homem charmoso e cosmopolita de trinta e poucos anos, vê um mundo novo se abrir diante de si. Ele a leva a concertos de música clássica, a leilões de arte, e a faz descobrir o glamour da noite, deixando-a diante de um dilema entre a educação formal e o aprendizado da vida.

Fui com uma mente aberta assistir a este Educação, um filme que tinha um trailer agradável, boas críticas dos norte americanos e um jeito todo chamativo que conseguiu chamar a minha atenção. Porém, ao término do filme, senti uma angustia tremenda por ver ali uma das obras mais fracas do ano. O que achava que seria algo interessante e original, acaba se demonstrando como um material totalmente descartavel, cheio de mensagens contraditórias e um desenrolar pacato e pouco chamativo.

Primeiro, o filme conta a história de uma adolescente que deseja largar tudo de mais importante na vida para embarcar numa paixão impulsiva com um homem bem mais velho que ela própria, e com isso, a história deste Educação já começa me desapontando. Vivemos, hoje, numa sociedade tão promíscua onde assistimos todos os dias casos de meninas adolescentes, que ao viverem um romance impulsivo com homens bem mais velhos, acabaram não tendo um final muito feliz em suas histórias, e aqui, neste Educação, apesar de se passar em outra época (década de 60), o filme narra isso como se fosse algo positivo onde todas deveriam fazer a mesma coisa. E não importa o período em questão pois sabemos que o desfecho não será satisfatório, porém, tudo aqui é apresentado como algo normal e sem o menor problema.

Acho, então, que a diretora Lone Scherfig perde a oportunidade de usar o tema: "educação na sociedade" de forma a ensinar e mostrar ao público seus vários lados, e acaba criando uma obra desinteressante com mensagens que pouco acrescentam ao telespectador. Apesar da belíssima produção, do talento dos atores e da bonita trilha sonora, Educação erra bastante ao explorar o seu conteúdo e conta com um desenvolvimento pouco ousado e emocionante da história. É uma obra que não recomendo e que considero, apenas, um filme de adolescente comum, porém, com uma produção bem mais elaborada e um jeitão bem adulto e intelectual, mais que no fundo, não passa do mesmo.

Crítica por Matheus C. Vilela

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