RELEMBRANDO... DR. FANTÁSTICO (1964)
"KUBRICK: GENIALIDADE ATÉ PARA HUMOR NEGRO!"
Dr. Fantástico lutando contra a sua vontade de realizar a saudação nazista.
Dr. Fantástico é uma das melhores comédias de humor negro que o cinema já proporcionou. Aqui, Kubrick mostra ainda mais sua genialidade, agora para o lado cômico, ao realizar uma sátira a guerra fria e ao poder bélico tanto das nações unidas quanto ao dos próprios soviéticos. E Kubrick faz isso tudo de maneira muito competente e genial criando um ambiente com personagens atordoados, malucos e extremamente engraçados, e tudo isso, graças ao talento do gênio da comédia Peter Sellers.
Peter Sellers como o Presidente dos Estados Unidos Merkin Muffley.
Um general americano chamado Jack Rapper acredita que os comunistas estão poluindo os preciosos fluidos corporais com flúor (através da água), com isso, ordena que seja executado um ataque à União Soviética. Porém, depois de descobrirem que a URSS possuí uma máquina conhecida como A MÁQUINA DO JUÍZO FINAL, o presidente dos Estados Unidos juntamente com seus assessores e um oficial russo tentará de qualquer jeito chegar a um acordo e impedir o ataque, que poderá desencadear uma Terceira Guerra Mundial e destruir todo o planeta.
O filme se passa durante a Guerra Fria, e como sabemos, na guerra fria nunca aconteceu um confronto direto entre americanos e soviéticos, porém, esta guerra foi um período extremamente psicótico para toda a humanidade. Foi uma guerra cheia de investigações, espiões, suspeitas e hipóteses das mais extraordinárias e absurdas que acabaram colaborando muito para os roteiros de cinema. E foi uma fase onde tanto os americanos quanto os “vermelhos” (como são conhecido os soviéticos) não tiveram a coragem e a ousadia de apertar o “botão” e soltar as famosas bombas atômicas. E este medo e pavor da arma, Kubrick mostra de forma convincente, crítica e principalmente, hilária neste Dr. Fantástico. O medo da eclosão dessas bombas fica nítido no rosto de cada personagem da obra.
O filme se passa durante a Guerra Fria, e como sabemos, na guerra fria nunca aconteceu um confronto direto entre americanos e soviéticos, porém, esta guerra foi um período extremamente psicótico para toda a humanidade. Foi uma guerra cheia de investigações, espiões, suspeitas e hipóteses das mais extraordinárias e absurdas que acabaram colaborando muito para os roteiros de cinema. E foi uma fase onde tanto os americanos quanto os “vermelhos” (como são conhecido os soviéticos) não tiveram a coragem e a ousadia de apertar o “botão” e soltar as famosas bombas atômicas. E este medo e pavor da arma, Kubrick mostra de forma convincente, crítica e principalmente, hilária neste Dr. Fantástico. O medo da eclosão dessas bombas fica nítido no rosto de cada personagem da obra.
Peter Sellers (de bigode) no papel do oficial britânico em serviço nos EUA. Ao se lado, o ator George C. Scott como o General insano Jack D. Rapper.
Peter Sellers é sem dúvida o grande destaque da fita. Aqui, o ator interpreta três personagens: o Presidente dos EUA, um oficial britânico em serviço nos EUA e um deficiente ex-nazista especialista em bombas atômicas (o Dr. Fantástico). E em cada um dos três, Sellers nos apresenta personagens completamente diferentes, tanto no modo de falar, andar quanto nos anseios e nas conclusões que cada um possuí da guerra.
E Kubrick cria um ambiente tão psicótico e confuso para os envolvidos (de maneira boa, claro!), que em uma determinada cena o presidente dos EUA (Sellers) telefona para o premier soviético em busca de um acordo e pedir desculpas pela ordem de ataque impulsiva, com isso, de uma forma direta e de repente, Sellers começa a conversar com Demitri Ukissof (o premier) como se fossem amigos íntimos, com uma intimidade fora do comum. E o melhor, é que tudo isso acontece na reunião no pentágono com os oficiais e assistentes presidências presentes, e mesmo assim, a figura mais importante dos EUA continua com sua conversa de amigo com o premier. Uma seqüência hilária que nunca se tornará enjoativa na história do cinema.
Peter Sellers como o deficiente ex-nazista especialista em bombas nucleares. Mais conhecido como o Dr. Fantástico.
Dr. Fantástico é muito mais do que uma simples comédia. Aqui, apesar das situações serem cômicas, Kubrick não deixa de cutucar o tigre e criticar a futilidade da guerra e o tanto que esta é capaz de mudar um ser humano. O Dr. Fantástico do titulo, é um deficiente ex-nazista especialista em bombas nucleares que mesmo depois da Segunda Grande Guerra ter acabado há alguns anos, seu braço direito ainda não consegue deixar de realizar a saudação nazista (Heil Hitler!), e apesar de ser engraçadíssimo a forma como Sellers interpreta isso, a séria crítica não deixa de estar ali.
Vale a pena assistir a este grande clássico do cinema, digno de todo e qualquer elogio. Kubrick acerta mais uma vez criando uma comédia de humor negro inesquecível sobre a loucura que é estar numa guerra e a loucura que É uma guerra. Imperdível e uma das melhores comédias da história do cinema americano.
Soldado americano galopando em cima de uma bomba. Uma das cenas mais famosas do cinema
CURIOSIDADE: O nome completo de Dr. Fantástico no original é "Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb", que em português, esse subtítulo foi traduzido para: "Dr. Fantástico ou Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba", porém, devido a extensão do nome, o Brasil, depois de alguns anos, tirou o subtítulo e deixou apenas "Dr. Fantástico".